Em meio a um contexto político desfavorável, surgiu o movimento da Nueva Canción para resgatar a esperança e reconectar as pessoas com suas tradições. Neste artigo, você conhece tudo sobre esse assunto: desde as origens até os principais representantes do movimento!

Com objetivos em comum, vários países latinos se comprometeram com o crescimento desta onda folclórica que ficaria marcada na história da música. Vamos lá entender mais sobre a Nueva Canción Latinoamericana?

O que foi a Nueva Canción Latinoamericana?

A Nueva Canción foi um movimento cultural que se estendeu pela América Latina nos anos 60 e 70. Em 1959, a Revolução Cubana trouxe luz para aqueles que estavam contra os ideais imperialistas dos Estados Unidos.

Na década seguinte, o movimento hippie se desenvolveu em terras estadunidenses. Nesse sentido, os hippies iam contra os interesses governamentais e pregava a paz, enquanto o seu país protagonizava a Guerra do Vietnã.

Esses estímulos ao espírito revolucionário foram uma injeção de esperança para as classes menos favorecidas em vários países da América Latina.

Durante este período, as nações latino-americanas iniciaram um processo de desenvolvimento com bases militaristas, seguindo ideologias que promoviam golpes de Estado.

Apartir daí, foi formado um cenário de perseguição, censura e tortura, que alavancou a criação de um movimento integracionista. Dessa forma, o canto político era usado como arma contra a repressão.

O movimento se estabeleceu como uma alternativa à importação das músicas estadunidense e europeia. Da mesma forma, este ideal foi unido a um viés político baseado na denúncia e na luta contra as injustiças sociais.

Os representantes da Nueva Canción

Vários países se somaram à Nueva Canción, mas cada um conservou suas próprias características. Confira algumas das nações que tiveram voz no movimento e seus representantes destacados:

México

A versão mexicana da Nueva Canción agregou músicas de reivindicação social à ranchera e ao corrido, que ganharam ainda mais força e ​​interesse popular neste período.

Considera-se que a origem do movimento no México se deu durante a Revolução Mexicana, ocorrida décadas antes.

Amparo Ochoa foi uma das principais representantes da corrente artística tradicionalista mexicana, junto a outros nomes, como Gabino Palomares e Óscar Chávez.

Nascida em 1946, Ochoa foi uma jovem voz na luta pela justiça social. No vídeo a seguir, você confere a música La Adelita:

Argentina

O movimento argentino Nuevo Cancionero originou-se em 1963, seguindo o peronismo — movimento político baseado nos ideais do presidente Juan Domingo Perón.

O movimento populista era incentivado pelo esforço artístico de vários nomes relevantes. César Isella, Atahualpa Yupanqui e Mercedes Sosa são alguns deles, assim como os grupos Los Fronterizos e Los Chalchaleros.

Mercedes Sosa é o nome mais conhecido dessa lista. Foi uma das cantoras de maior sucesso da América Latina e ganhou muita notoriedade entre a música popular do continente.

Nascida em Tucumã, em 1935, La Negra – como a chamavam – iniciou sua vida artística aos 15 anos, quando ganhou um concurso em uma rádio. Desde então, nunca parou de cantar.

Sua contribuição para a música folclórica é inestimável, e ela levantou multidões com suas interpretações de Todo Cambia, Como la Cigarra e La Maza, por exemplo.

Chile

Consolidada no final da década de 1960, a Nueva Canción Chilena se baseou na busca das origens através de instrumentos tradicionais e músicas de protesto.

Grande parte dos membros do movimento apoiava Salvador Allende, então presidente do país e que foi deposto pelo golpe de Estado do general Augusto Pinochet – ocasionando na Ditadura Militar Chilena.

Um importante nome vinculado ao processo de conscientização das massas e resgate do folclore foi Violeta Parra. Seus filhos Isabel e Ángel seguiram o mesmo caminho dela e também ficaram conhecidos através da arte.

Patricio Manns e Rolando Alarcón são outros precursores da Nueva Canción Chilena, e suas contribuições ao chamado Neofolklore são indiscutíveis. Músicas como Bandido e Si Somos Americanos marcaram seus nomes na história da revolução musical da América Latina.

Abaixo, você pode ouvir a canção Se Olvidaron de la Patria, de Rolando Alarcón:

Cuba

Entre julho e agosto de 1967, foi realizado em Havana o primeiro Encuentro de la Canción Protesta, que reuniu representantes da música de diferentes países.

Os convidados foram artistas comprometidos com causas sociais, que expressavam a necessidade de unir as classes marginalizadas e a luta pela igualdade através de suas vozes.

Ao final do mesmo ano, surgiu a manifestação cultural conhecida como Nueva Trova Cubana, baseada nos ideais compartilhados no evento de meses antes.

A versão da Nueva Canción adotada no país da América Central foi uma das mais famosas, considerando o alcance e a qualidade das produções.

Entre os artistas que desempenharam papéis importantes no movimento cubano, é possível destacar Carlos Puebla, Vicente Feliú e Silvio Rodríguez.

Silvio segue sendo um dos expoentes da música cubana reconhecidos internacionalmente. Sua postura pró-revolucionária já causou estranheza em alguns países, mas isso não mudou seus ideais.

Confira La Canción de la Trova, faixa de 1967, ano que marcou o início da Nueva Trova Cubana:

A Nueva Canción Latinoamericana mostrou que a arte pode ser uma forma de protesto e união! A música e as raízes culturais deram rumo aos oprimidos, e o resgate das tradições acabou sendo um grande aliado na luta da época.

Se você curtiu aprender tudo sobre esse movimento musical histórico, não deixe de enviar este material para outras pessoas! Dessa maneira, você contribui para que essa parte importante da história da música latina seja ainda mais disseminada por aí.